ReciclArte: Memórias que Vestem, Arte que Transforma
A camiseta confortável, já bem surrada, ganha um upgrade e volta à cena (divulgação)

Da redação

Roupas contam histórias e guardam memórias. Talvez por isso, por mais desbotada ou gasta que uma peça esteja, muitas vezes há aquela da qual simplesmente não conseguimos nos desapegar.

Embora a indústria da moda imponha novas tendências em um ritmo frenético e as roupas já não sejam feitas para durar, cresce ao redor do mundo um movimento em prol do consumo consciente.

Com isto, roupas de segunda mão e a prática da reciclagem ganham cada vez mais espaço. Nesse contexto, surge também uma forma de ressignificar o vestir: a arte aplicada à moda.

Criatividade e consciência ambiental

Tadeu Vilalba, turismólogo que sempre flertou com arte (arquivo pessoal)

O  artista visual mato-grossense Tadeu Vilalba, une arte, afeto e sustentabilidade ao consumo. Nascido no Mato Grosso do Sul,  desde cedo demonstrava sensibilidade artística, levando sua família a acreditar que seguiria esse caminho.

No entanto, formou-se turismólogo e, apesar do envolvimento constante com a cena cultural, foi durante o lockdown da pandemia de Covid-19 que sua expressão artística floresceu definitivamente.

Upgrade 

Foto: divulgação

Tadeu dá nova vida à roupas que carregam histórias e afetos, mas que precisam de um novo brilho. Seu trabalho é um verdadeiro upgrade personalizado, onde cada peça ganha um toque único de acordo com o estilo de seu dono.

Utilizando desde técnicas mais simples até a pintura escorrida, ele mescla tintas para tecido com pigmentos naturais extraídos de ingredientes como beterraba e infusões de ervas — camomila, chá preto, capim-cidreira.  “Normalmente, a pessoa chega com aquela roupa desbotada ou, no caso das camisetas brancas, manchadas e amareladas, mas que não consegue descartar porque é confortável e tem um valor sentimental”, conta Vilalba.

Cores personalizadas  

Divulgação

Sobre a escolha de cores e  estampa ele explica que primeiro observa a pessoa, sua cor de pele, seu estilo. A partir dessa avaliação, parte par a ação. “As vezes percebo que a pessoa está meio apática, precisando de energia, então opto por uma cor mais vibrante. Já  a mistura de cores acontece naturalmente, intuitivamente”, diz ele.

Dessa forma, o artista não apenas ressignifica peças, mas também incentiva um olhar mais afetuoso e consciente para o consumo, onde cada roupa preserva sua história e se transforma em uma expressão única de quem a veste.


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1 comentário em “ReciclArte: Memórias que Vestem, Arte que Transforma

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